ROSTOS
Manhã fria, fria não, gélida. Era já um corrupio de pessoas para os
transportes. Bem agasalhadas, apenas se via o "fumo" que saía das suas
bocas, próprio das diferentes temperaturas do corpo e do ambiente
circundante.
Umas corriam, outras iam em largo passo.
Marta, era uma, entre estas dezenas de pessoas.
Já sentada no Metro e embrenhada nos seus pensamentos acabou por tirar o
livro da carteira, porque a viagem demoraria cerca de uma hora e um
livro era uma otima companhia.
Por vezes parava a leitura, olhava p'la janela e via os campos brancos
da geada ainda não derretida, provocada p'lo frio da noite anterior. O
sol parecia pedir licença para aquecer através dos vidros da carruagem!
Quantas vezes dava por si a pensar como seria vida daquelas pessoas...
muitas delas conhecia das correrias de todos os dias. Já se
cumprimentavam, mas nem o nome sabiam umas das outras.
...